quinta-feira, 19 de setembro de 2013

É POSSÍVEL EVITAR O ERRO...



Somos humanos, falíveis, erramos e erramos frequentemente. Todos sabemos disto. Por diversas vezes esquecemos coisas importantes tanto pessoais quanto profissionais. Aniversários de pessoas importantes passam sem que nos recordemos, esquecemos de pagar contas...

Erramos porque somos imperfeitos, porque nosso cérebro para funcionar melhor e mais rápido usa uma série de adaptações vindas da evolução da nossa espécie. Não há como evitar os erros, por mais esforços que façamos, mais cedo ou mais tarde ele ocorrerá.

Mas se isto é realmente verdade, e é, por que insistimos em construir sistemas que se baseiam na perfeição humana? 
É comum, quando analisamos falhas na assistência médico-hospitalar ouvirmos dos responsáveis pela análise soluções como: o funcionário foi reorientado! Como se o funcionário tivesse errado por má fé, por negligência ou por descaso. Na imensa maioria das vezes não é isto que acontece. 

Ninguém sai de casa planejando errar nesta ou naquela função. Ninguém erra por que quer!

É necessário que entendamos os mecanismos dos erros humanos para que possamos efetivamente criar barreiras que previnam ou impeçam que os erros aconteçam. Na imensa maioria das vezes estas barreiras não podem basear-se nas capacidades humanas, mas sim em processos simplificados e bem elaborados.

Para entender os eventos adversos evitáveis em saúde (antigamente conhecidos como erros médicos), é necessário avaliar como os eventos que levam a grandes erros ocorrem. Não somente em medicina, mas quando se estuda fenômenos que causaram lesões graves, como queda de aviões, desabamento de construções e outros, frequentemente observamos que não há um único erro responsável pelo evento, mas sim uma sequencia de erros menores.
Esses erros menores, isoladamente não causariam por si a catástrofe, mas sua sequência, sim!

Em 1990 James T. Reason propôs o Modelo do Queijo Suíço  Esse modelo consiste-se de múltiplas fatias de queijo suíço colocadas lado a lado como barreiras à ocorrência de erros.





Segundo o autor, para que um acidente grave ocorra é preciso que uma falha consiga ultrapassar todas as barreiras de um determinado sistema, o que é, em geral, um acontecimento raro.







É como imaginar várias fatias de queijo suíço e, numa situação atípica, um alinhamento dos “buracos do queijo” em todas as fatias. O erro, neste contexto, passaria livremente por todas as etapas do processo, causando danos sérios ao final do percurso.


O acidente, portanto, não é causado pela falha isolada de um indivíduo, mas por uma combinação de brechas no processo como um todo.

A ocorrência de um erro se deve a uma falha sistêmica!






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