Positive Deviance, um conceito originado da literatura de pesquisa nutricional com o livro “Positive Deviance em Nutrição”, publicado pela Tufts University (EUA), do professor Marian Zeitlin, na década de 1990. A princípio, o intuito era promover intervenções sociais para tratar do problema da desnutrição infantil. No entanto, a filosofia se estendeu com sucesso para outros setores como saúde pública, educação, proteção das crianças e grupos vulneráveis.
O método Positive Deviance
baseia-se na identificação de pessoas que, dentro de uma comunidade,
destacam-se em termos comportamentais. E, segundo o conceito, tais pessoas
devem interagir com as demais por meio de troca de experiências e, assim,
promover melhorias na comunidade em que atua.
No início de 1990, o professor da
Universidade Tufts Jerry Sternin e sua esposa, Monique, colocaram em prática as
ideias de Zeitlin em países africanos como Sudão e Etiópia. De acordo com o
infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e coordenador do
estudo Positive Deviance, Alexandre Marra, eles perceberam que algumas crianças
dessas regiões cresciam e conseguiam ingressar em uma faculdade, enquanto
outras, sob as mesmas condições, não.
Os pesquisadores perceberam que as
mães que faziam os filhos lavarem as mãos antes das refeições, que se
preocupavam em não colocar as crianças para dormir no chão frio e misturavam a
comida com alimentos mais nutritivos como farinha, peixe, entre outros,
obtinham maior sucesso no desenvolvimento dos filhos.
“Para diminuir a desnutrição e a
mortalidade infantil, eles colocaram ‘essas mães’ em contado com as outras que
não obtinham o mesmo resultado – claro – sempre respeitando as diversidades
culturais entre elas”.
Os resultados positivos de
experiências como essas foram adaptadas para diversos setores da sociedade,
inclusive, para a saúde. Nos Estados Unidos, 153 instituições de saúde fazem
parte, desde 2007, do movimento Tolerância Zero, que combate infecções
bacterianas utilizando conceitos da filosofia.
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